A gravidez é retratada quase exclusivamente como um momento de realização pessoal e felicidade incomparável. Mas esse processo envolve uma grande mudança, hormonal, emocional e até de identidade. É durante a gravidez que a mulher desenvolve uma percepção totalmente nova sobre quem ela é, e isso pode levar à quadros de depressão e ansiedade. Pesquisas recentes apontam que entre 11% e 33% das mulheres vão sofrer com a doença em algum momento da gestação, mas apenas uma pequena parcela procura ajuda.
No caso da mulher grávida, os maiores aliados da depressão são a vergonha e a culpa. Por isso é importante que a mulher possa conversar sobre, para buscar o auxílio médico necessário. E é difícil admitir que ela tem um problema quando todos em volta acreditam que ela deveria estar feliz.
Uma gravidez complicada, de alto risco ou com indicação de problema com o bebê tende a ter também uma consequência emocional. E, se você não estava planejando engravidar neste momento da sua vida, isso certamente afeta o modo como você se sente. Se já batalhava com a depressão antes, é mais importante ainda que converse com seu médico, pois as mudanças desse período alteram a estrutura do cérebro, e depressão não é brincadeira! Não é frescura! É uma doença séria, e como qualquer doença séria precisa de tratamento.
Uma mulher deprimida muitas vezes não tem a força ou o desejo de cuidar adequadamente de si mesma ou de seu bebê. A depressão, quando não tratada pode levar a problemas como má nutrição, consumo de álcool, tabaco e outras drogas, bem como comportamento suicida, o que aumenta o risco de parto prematuro, baixo peso ao nascer e problemas de desenvolvimento para o bebê. Ao mesmo tempo, bebês nascidos de mães que sofreram com depressão durante a gravidez tendem a ser menos ativos, conseguem prestar atenção por menos tempo e são mais agitados do que bebês nascidos de mães que não lutaram com a doença durante a gestação. Por isso, conseguir a ajuda certa é importante tanto para a mãe quanto para o bebê.
Alguns dos sintomas da depressão são:
- Tristeza frequente;
- Incapacidade de manter a concentração;
- Ansiedade exagerada;
- Irritabilidade;
- Distúrbios do sono (insônia ou sono constante);
- Cansaço;
- Excesso ou falta de apetite;
- Sensação de que nada é gostoso ou vale a pena na vida;
- Sensação de incompetência ou fracasso;
- Pensamentos suicidas ou desejo de se machucar;
Alguns desses sintomas podem ser normais por causa das alterações hormonais naturais da gravidez, mas se persistirem por mais de duas semanas, ou se tornarem muito intensos a ponto de impedir que você funcione normalmente, não tenha medo ou vergonha de buscar ajuda e muito menos se sinta culpada por se sentir assim, converse com seu médico não guarde segredo. A depressão é uma doença silenciosa e perigosa pra você e pro bebê, não corra esse risco! Acredite, a culpa não é sua e você não está sozinha!
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